Como nasceu o Scully

O projeto Scully começou a tomar forma em 2019, quando eu, Thiago Freitas, estava me aprofundando no estudo de Shell Script. Na época, usava como referência o excelente livro Shell Script Profissional, de Aurélio Marinho Jargas — um verdadeiro guia para quem queria escrever shell de verdade, limpo e robusto.

Na prática do dia a dia, atendendo um cliente com um ambiente extremamente heterogêneo, enfrentei um desafio recorrente: múltiplas distribuições Linux legadas rodando lado a lado, incluindo Debian antigos, Ubuntu defasados e até openSUSE. Eram ambientes em que ferramentas modernas de automação funcionavam perfeitamente… até que chegava a hora de tocar nos servidores legados.

Nesses servidores, o Python era tão antigo que simplesmente não permitia o uso de ferramentas como Ansible, SaltStack ou mesmo scripts que dependiam de módulos modernos. Era impossível padronizar a automação nesses casos — o que forçava a escrever soluções específicas, muitas vezes inseguras ou improvisadas.

Foi nesse momento que a ideia do Scully surgiu.

A essência do Scully

“E se eu criasse uma ferramenta de automação baseada apenas em shell, que falasse direto com o sistema operacional, sem depender de agentes, nem de Python, nem de nada além de SSH e bash?”

Assim nasceu o conceito da Scully CLI: uma automação minimalista, direta, que respeita o ambiente em que roda e traz resultados práticos sem comprometer estabilidade. Comecei com alguns módulos simples — ping, service, file, copy — e aos poucos fui organizando tudo com inventários e uma estrutura modular reutilizável.


Hoje, a Scully é uma engine de automação Shell de verdade, que pode rodar tanto em datacenters modernos quanto em servidores esquecidos de 10 anos atrás — exatamente como aqueles que inspiraram sua criação.